Como começar no trading? O guia definitivo
Desde que a internet permitiu o fácil acesso de pessoas comuns ao mercado de valores, o mundo tem assistido à ascensão de uma nova ocupação: o trading.
Muitas vezes, os novos traders querem apenas uma nova atividade, seja para complementar sua renda ou para trabalhar a partir de qualquer lugar com acesso à internet. E acredite: isso é possível, e milhares de pessoas em todo planeta estão, neste instante, aproveitando os privilégios da vida de trader.
Só que isso não significa que essa vida seja fácil. Verdade seja dita, as estatísticas revelam um dado assustador aos iniciantes: 90% dos aventureiros desse mercado perdem dinheiro. Isso significa que, a cada 10 pessoas que decidem tentar a sorte no mercado de valores, 9 vão embora lamentando prejuízos — a maioria por desconhecer os fundamentos dessa prática.
Neste guia de trading, você vai encontrar tudo o que você precisa saber para se especializar nessa nova profissão e conquistar o sucesso que tantos especuladores desejam. Não espere, porém, esgotar seus estudos neste material. Aqui, você vai encontrar as bases sobre as quais você deverá mergulhar com dedicação e paciência.
Você não precisa começar sozinho
Parafraseando Friedrich Hayek temos um conceito muito importante para a vida e também para os trades: “O conhecimento está disperso pela sociedade”.
Antes de entendermos alguns fundamentos do trade saiba que você não precisa ser solitário nessa caminhada, busque conhecimento antes de investir seu dinheiro. Aprenda sobre gerenciamento de risco e nunca se coloque exposto ao risco da ruína.
Bons mentores e conteúdos estão espalhados pela internet e também existem diversas ferramentas que podem te auxiliar nessa caminhada.
Fundamentos do mercado financeiro
Antes de entendermos o trading e o que faz quem lida com essa atividade, é importante considerarmos brevemente os fundamentos do cenário de atuação desse profissional: o mercado financeiro (ou de valores).
Nesse ambiente de negociações, os ativos financeiros que são operados diariamente por milhões de pessoas e representam desde objetos concretos a direitos de exercício de outras operações. Apenas para que possamos ter uma ideia daquilo com que lida um trader, vejamos alguns desses instrumentos.
Ações
As ações são títulos de propriedade que garantem prerrogativas de proprietário de uma empresa a todos aqueles que os possuem. Assim, se você tem ações de determinada empresa, pode-se dizer que você é um sócio-proprietário na medida da quantidade de ações que você possui.
Moedas
Você já parou para pensar que o dinheiro, na figura de uma moeda (como o real ou dólar) é uma mercadoria como qualquer outra? A grande diferença é sua altíssima liquidez: você pode trocá-lo por praticamente qualquer coisa, inclusive por outras moedas! Assim, no mercado de câmbio, o ativo financeiro que se negocia é isso: moedas.
Opções
O que acha de comprar, daqui a 3 meses, algumas ações pelo preço que elas custam hoje? Se você acha que essas ações vão ficar mais caras no futuro, essa é uma boa ideia. Para isso, tudo o que você precisa é de uma opção de compra, ou seja, um contrato que dá a você o direito de adquirir no futuro um ativo pelo valor determinado nesse contrato, e não pelo valor de mercado.
Cada um desses ativos mencionados nasceu no mercado financeiro com um propósito particular. Além deles, há outros instrumentos financeiros, cada um com suas especificações e condições de exercício.
Contudo, o fato de poderem ser negociados livremente no mercado dá margem para uma motivação que supera todos os seus propósitos fundamentais: a especulação. A seguir, veja como um trader se vale disso em suas atividades.
A diferença entre o trading e o investimento
Agora que temos maior clareza sobre o cenário em que atua o trader e quais são seus instrumentos de trabalho, podemos entender melhor do que se trata essa atividade. Desse modo, devemos começar considerando o fato de que um trader não é um investidor. Por essa você não esperava, não é?
Principalmente se entendermos investimento como uma medida de comprometimento com a aplicação, temos, na figura do trader, não um investidor, mas um especulador.
Em essência, todos são especuladores, já que têm uma expectativa futura sobre o ativo. A diferença está, efetivamente, no propósito e no nível de disposição em permanecer com o ativo. O trader visa ao lucro de uma negociação, já o investidor visa o lucro através da participação como um sócio da empresa.
O que faz e por que me tornar um trader?
Embora pareça algo simples como um cara ou coroa, analisar o mercado já se tornou uma ciência. O que essa ciência estuda, exatamente? O movimento das massas e as emoções do mercado. É com base nisso que um trader estrutura suas estratégias e realiza operações de sucesso. Portanto, não é assim tão simples.
As maiores vantagens de ser um trader nos tempos de hoje são a liberdade geográfica e a independência da rigidez de horários de trabalho. Afinal, a depender do mercado de atuação, há possibilidade de fazer o trading 24h por dia, e tudo de que você precisa é ter acesso à internet (e algum capital para negociar).
Desse modo, se ter independência financeira a partir de uma atividade que pode executar de qualquer lugar do mundo lhe soa interessante, a seguir, você vai descobrir como começar e o que deve saber para conquistar seus primeiros lucros.
Como iniciar no day trade?
1. Abra sua conta em uma corretora
A primeira coisa que você deve fazer para iniciar no mercado como trader é abrir uma conta na corretora de sua preferência. Hoje, existem diversas opções de corretoras oferecendo múltiplas vantagens, inclusive gratuidade total em taxas de corretagem. Para ser cliente, você só precisa acessar o site da corretora em questão e:
- preencher um formulário de cadastro;
- enviar cópias de documentos como RG e comprovante de residência;
- preencher o suitability (uma pesquisa que avalia seu nível de tolerância a risco).
2. Aplique em sua corretora seu capital de risco
Após tornar-se cliente da corretora de que você mais gostou, o próximo passo é transferir para sua conta o valor relativo ao seu capital de risco. É importante que você tenha sempre clareza de que o capital para especulação se trata de um montante que você se dispõe a arriscar.
Isso contribui para que você mantenha a própria gestão de risco, que é fundamental na atividade do trader. Sendo assim, assegure-se de que esse valor não seja uma reserva de emergência ou alguma quantia que você possa vir a precisar eventualmente.
3. Compre e venda um ativo no mesmo dia
Finalmente, para se tornar um trader, uma coisa que você pode fazer é comprar um ativo e vendê-lo durante o mesmo pregão, isto é, realizar um day trade. Essa não é uma exigência especulativa, apenas uma condição para que se possa caracterizar o profissional como um day trader.
Contudo, é possível manter posições por mais de um dia e até semanas, o que caracteriza um swing trade. Suas estratégias e estilo de especulação é que vão determinar quando você deve comprar e vender.
Análise técnica no day trade: como funciona?
Até aqui, você já aprendeu o que é um trader, onde ele atua e como se tornar um, mas o que realmente vai determinar o seu grau de sucesso nessa atividade é quanto da competência exclusiva desse profissional você tem para realizar operações de sucesso.
Antes de tudo, é importante saber que essa competência pode ser aprendida e refinada. Tudo de que você precisa é dedicação aos estudos e paciência para praticar.
Teoria de Dow
Mas, afinal, de que competência estamos falando? Da análise técnica: o conhecimento de um conjunto de padrões que podem ser previstos a partir de indicadores específicos. Assim, diante de um gráfico e com um pouco desse conhecimento, já é possível fazer algumas leituras que demonstram, no mínimo, para onde o preço está seguindo.
Essas técnicas de análise foram inauguradas, em 1884, por um jornalista americano chamado Charles Henry Dow. Embora ele não tivesse formulado tantos indicadores como temos hoje para nossas leituras de gráficos, sua teoria de mercado ainda é o fundamento de todas as estratégias com base no estudo histórico dos preços de um ativo. Observe, a seguir, os princípios de sua teoria.
Os preços descontam tudo
Esse fundamento determina que não importa o motivo das oscilações do preço de um ativo. Se não for possível se antecipar a isso, o próprio preço já estará considerando todas as suas causas.
Isso significa que não existe um valor prático em estudar, por exemplo, o porquê de uma alta do mercado. Afinal, o preço já está levando em conta aquela alta, e saber sua causa não contribui para melhores análises do movimento futuro dos preços daquele ativo.
O mercado segue tendências
Esse é o fundamento mais notável da teoria, e é sobre ele que se constroem todas as análises. O princípio afirma que o mercado segue tendências que podem ser observadas em um gráfico. Essas tendências têm, de modo geral, 3 fases:
- acumulação: momento em que o mercado está assimilando o fim de uma tendência anterior pessimista, e os níveis de compra começam a subir, dando início a uma reversão para uma tendência otimista;
- euforia: quando a formação de uma nova onda de alta no mercado chega à mídia, e muitas pessoas decidem comprar ativos, o que gera um impulsionamento massivo dos preços;
- distribuição: momento em que a maioria dos especuladores profissionais, que entraram no mercado na fase de acumulação, decidem realizar seus lucros, liquidando suas posições. Isso gera uma força de vendas que provoca inevitavelmente uma queda de preços, deixando o mercado pessimista. Então, o ciclo se repete.
Vale destacar, também, que a mesma dinâmica dos preços acontece no movimento oposto. Afinal, qualquer movimento tem os mesmos princípios técnicos, de maneira que em uma onda de baixa está sujeita as mesmas condições de onda de alta.
Uma tendência tem 3 movimentos
Durante uma tendência, Dow observou que o preço não apenas segue indefinidamente um movimento de alta ou de baixa, mas faz recuos antes de continuar a sequência de seu padrão. Assim, em uma tendência, podemos identificar, pela volatilidade dos preços, três movimentos:
- primário: período de maior duração, em que as 3 fases de uma tendência acontecem em seu maior vigor. Esse movimento pode levar meses e até anos;
- secundário: esse movimento, que dura de semanas a meses, é uma correção do movimento primário, em que o mercado toma fôlego (realizando pequenos lucros e novas posições) para retornar à tendência primária;
- terciário: assim como o movimento secundário não é mais que uma breve correção do movimento primário, o movimento terciário é uma pequena pausa da sequência do movimento secundário. De curtíssimo prazo, é durante essas variações de tendência que os traders trabalham diariamente.
Princípio de confirmação
Dow também notou que, já que tudo é mercado, seria lógico supor que um aumento da performance produtiva de um setor correspondesse à performance de um setor relativo. Assim, as médias dos indicadores de um setor industrial, por exemplo, devem corresponder às médias do mesmo setor de varejo.
Da mesma maneira, duas empresas de um mesmo setor, ou com atividades complementares, são correspondentes. Assim, o ativo de uma empresa pode servir de indicador para o ativo da empresa complementar.
Volume confirma tendência
Esse conceito estabelece que uma tendência deve ser acompanhada por maiores volumes de negociação do ativo em questão. Dessa maneira, se uma tendência segue de modo aparentemente indefinido enquanto os volumes de negociação caem, há pouco interesse do mercado em negociar naqueles valores. Assim, é importante manter atenção à correlação entre tendência e volume de negociação.
Uma tendência será mantida até que se prove o contrário
A teoria de Dow propõe que, até que haja verdadeiros indicativos de uma reversão, a tendência seguirá indefinidamente. Para provar uma reversão de tendência, é necessário que, além da confirmação de indicadores, como médias e volumes, ocorra também um rompimento de uma linha de tendência.
Isso é caracterizado por uma sequência de máximas e mínimas mais altas (no caso de uma tendência altista) ou mais baixas (no caso de uma tendência baixista) que as máximas e mínimas anteriores.
Price action
A partir da teoria de Dow, todos as outras ferramentas de análise são possíveis para a especulação com base em tendências de mercado. Assim, nasceram, além de vários indicadores que calculam ou descontam oscilações, métodos únicos de visualização de gráficos para a leitura de análises.
Uma técnica especialmente importante é o price action (“ação do preço”, em tradução livre). Em termos gerais, price action é a tradicional análise gráfica. Diferentemente do conceito de análise técnica, a que podemos dizer que pertence, a análise gráfica trabalha unicamente com a observação pura do preço.
Assim, por meio de modelos de apresentação, como os candlesticks (ou “velas”), é possível visualizar imediatamente toda a oscilação do preço em um período isolado, com suas máximas, mínimas, primeiras e últimas negociações.
Boas ações para day trade
Estude muito
Para garantir as melhores operações, é muito importante ter conhecimento profundo sobre os movimentos das massas. Devemos nos lembrar de que entramos no mercado para negociar com a razão, mas todas as nossas leituras são de humores. Portanto, estude tudo o que puder para compreender melhor como esse mercado funciona e, assim, fazer negócios cada vez mais coerentes.
Tenha paciência
Uma das recomendações mais comuns aos novos traders é: “permaneça no jogo”. Isso não quer dizer que você deve ficar injetando dinheiro no mercado, tentando, e perdendo mais, e sim que deve controlar as suas emoções para garantir que não seja liquidado junto dos 87% que não têm paciência e competência para ser traders. Por isso, vá com calma e paciência e sempre proteja seu capital.
Garanta “tempo de tela”
Não espere ficar rico nos próximos meses. Realmente, temos alguns casos muito isolados de pessoas que ficaram milionárias literalmente da noite para o dia, mas é recomendável que você aprenda a especular.
Para isso, precisa garantir o que os veteranos chamam de “tempo de tela”. Basicamente, trata-se de acumular horas efetivamente praticando estratégias. Assim, além de garantir maiores chances de sucesso ao longo do tempo, você protege seu capital de riscos inesperados.
Saiba sempre o que está fazendo
O sucesso dos grandes traders, está essencialmente no fato de que eles sempre sabem o que estão fazendo. Isso significa que suas estratégias são muito bem consolidadas em observações objetivas daquilo que é possível ler no gráfico. Por isso, saiba sempre diferenciar o que é uma verdadeira análise de uma suspeição insegura, baseada em qualquer coisa pouco concreta. Isso é determinante para a qualidade das suas operações.
Erros mais comuns do trader iniciante
Falta de gestão de risco
Esse é, de longe, o erro mais comum e perigoso entre os novos traders. Podemos dizer que, daqueles 90% dos traders que amargam prejuízos no mercado, uns 80% não tiveram competência para a gestão de risco.
Por isso, é importante criar estratégias em que os ganhos possíveis sejam maiores que as perdas possíveis. Manter uma proporção de 2 para 1, por exemplo, é uma excelente ideia. Assim, ainda que você erre 60% dos seus trades, o seu saldo de ganhos é capaz de cobrir os prejuízos.
Tomar ações com base em emoções
Essa é uma consequência tanto da falta de gestão de risco quanto de não saber o que se está fazendo. Contudo, poucas coisas são tão comuns no mercado (a bem da verdade, é justamente isso que os profissionais leem em análises: emoções). Mas, se você quer ser um profissional, deve apenas “surfar” nas emoções, e não operar a partir delas.
Por isso, garanta que suas operações tenham base em estratégias sólidas. Ainda que rumores estejam movimento o mercado, é importante que suas negociações não tenham essa natureza, mas considerações técnicas relevantes. Lembre-se da teoria de Dow: os preços descontam tudo. Se qualquer rumor ou notícia for verdadeiro, o preço refletirá o fato.
Não respeitar a estratégia
A estratégia é um aspecto inerente à gestão de risco. Esses dois conceitos caminham lado a lado. Assim, se você entendeu que a ruína do trader é a falta desse gerenciamento, pode concluir, por lógica, que o efeito mais comum dos maus traders é o desrespeito às próprias estratégias — quando eles têm uma.
Por isso, é fundamental construir uma estratégia que leve em conta a gestão de risco e se ater a ela. Isso é importante principalmente para que você possa documentar o que funciona e o que não funciona. Assim, terá perfeita noção de quantas vezes acerta e erra trades e quanto isso tem afetado positiva ou negativamente seu capital.
Desistir após as primeiras perdas
Todo trader iniciante que queira verdadeiramente o sucesso tem que saber: perder é inevitável. Essa clareza é uma das principais condições para garantir que uma perda não seja definitiva. Lembre-se: nesse mercado, o que importa não é acertar todas as operações, mas quanto você ganha quando acerta e quanto você perde quando erra.
Portanto, um dos maiores erros de quem está iniciando é entrar no mercado com vontade de acertar todas as vezes. Especialmente no começo, as chances de errar são muito grandes. Assim, é importante admitir qualquer falha como acumulação de tempo de tela e continuar no jogo.
Como usar o stop loss para minimizar prejuízos
Com isso tudo que vimos, está claro que a habilidade mais importante nessa atividade, até mais do que conhecimento técnico, é gestão de risco. A máxima competência para proteger seu capital sempre compensará a falta de conhecimento técnico para acertar mais.
Sendo assim, o desejo de garantir a integridade dos seus recursos de especulação deve ser mais importante que sua ambição por multiplicá-los. Para isso, uma ferramenta de automação comum nas plataformas de negociação será a responsável por boa parte da proteção do seu capital: o stop loss.
Stop loss (“parar o prejuízo”, em tradução livre) nada mais é do que um gatilho automático que dispara uma ordem de liquidação dos seus ativos, caso o prejuízo de uma oscilação comece a ultrapassar seus limites de segurança.
Assim, mesmo que você não esteja acompanhando a movimentação do mercado, se os preços tenderem contra sua análise, deve ser parte da sua estratégia proteger seu capital de prejuízos ainda maiores. Por isso, nunca entre em uma operação sem estabelecer essa trava de segurança.
Ferramentas para todo tipo de trader (iniciante ou veterano)
Existem diversas recomendações de conteúdo, de trade, de carteiras, entre outros, dispersos pela internet.
Escolher entre eles e saber como executá-los pode ser um passo difícil, tanto pela falta de conhecimento, pelo medo ou simplesmente pela falta de tempo para operar.
Pensando nisso separamos algumas ferramentas que podem te auxiliar, tire um tempo para conhecer cada uma delas:
- Encontrar recomendações de trades de grandes players do mercado: Aplicativo de Centralização Recomendações de Investimento
- Recomendações de carteiras de investimentos semanais e mensais: Recomendações de Carteiras
- Relatórios sobre diversos temas do mercado centralizado (FII’s, Análises, Futuros, Opções, Mercado em geral, etc.): Relatórios do mercado
Você aprendeu, com este material, o que faz um trader, como iniciar suas operações e quais são os conhecimentos técnicos mais importantes que você precisa estudar.
Apesar de muita coisa na atividade de trading ser intuitiva, não deixe de se aprofundar tanto quanto puder em tudo sobre essa profissão. Isso garantirá máximo sucesso e a satisfação que muitos têm conquistado.
